terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Técnica de Engobe -

 Foi no Museu de Antropologia da UFSC que vim a saber com exatidão sobre as artes dos índios Guaranis, de uns 500 anos atrás. 
Graças a antropóloga Teresa Fossari, diretora do museu, que me presenteou com um livro que fiquei sabendo, que os europeus, ao passarem por Venezuela (Vera Cruz), avistaram uns índios Guaranis, que vinham do Caribe para a Amazônia, com uma cerâmica tão brilhante que parecia ser cerâmica esmaltada (Engobe).
Mais tarde os Guaranis foram baixando a qualidade da sua arte, provavelmente por não encontrarem uma argila adequada por onde passavam. Porém, há motivos consistentes que comprovam o florescimento do Engobe com as culturas andinas INCA, NASCA, VICA, etc. Assim como a Marajoara no Brasil, Diaguitas na Argentina e tantas outras culturas na América Central e do Norte.
- Quando ensino a "engobar", estou ensinando todo o processo, desde a preparação da peça em dureza de couro até o grunido. Todo esse processo me foi ensinado pelos velhos coyas, índios amigos da minha tia Pola Bonilla (reconhecida no Uruguai por sua técnica de Engobe), que também foi minha professora junto com Alvar Colombo do Atelier Municipal de Paisandu.
Hoje, quando vejo as fórmulas de engobes parecendo receitas de fórmulas secretas, materiais que os índios não usavam, meu primeiro pensamento é desmistificar tudo isso.
O Engobe, própria mente dito, só é argila natural ou colorida com pigmentos e água.
Quando os índios se encontravam em lugares que a argila era pouco plástica, usavam graxa de pelha ou de peito de aves para sua aplicação.
O segredo é o tempo certo de aplicação sobre a argila e um bom polimento.
Atualmente, quando queremos queimar a peça de argila a uma temperatura muito alta (por que esta o requer) colocamos transparente alcalino na fórmula, para uma melhor fundição, ou para não necessitarmos brunir-la.
Quero esclarecer que não sou contra as receitas desde que não sejam apresentadas como Engobe original dos povos indígenas.



 Cerâmicas Nasca - Marajoara - Tapajônica.

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